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Quantas Estrelas Tem a Tua Liberdade…

Quantas Estrelas Tem a Tua Liberdade…

Inserido no módulo 4 “Homem-Natureza: Uma Relação Sustentável?” da disciplina de Área de Integração, 20 alunos do Curso Técnico Profissional de Instalações Elétricas com o apoio dos professores João Inez e João Paulo, planificaram e executaram uma visita de estudo nos passados dias 19, 20, 21 e 22 de fevereiro, ao Parque Natural da Serra da Estrela em condições muito particulares e interessantes.

O primeiro dia começou de madrugada, arrumando as bagagens com roupa quente, pois as previsões indicavam temperaturas próximas dos zero graus, não esquecendo o saco de cama, comida para todo o dia e ainda a bicicleta e o respetivo capacete, tudo pronto para estar às 8:00 horas da manhã na escola. Após arrumar as bagagens no autocarro e as bicicletas na carrinha, a partida para a estação de comboios de Santarém deu-se às 8:30. Na chegada a Santarém foi tempo para tomar um café e comprar os bilhetes (Santarém – Covilhã, ida e volta), os senhores da CP foram impecáveis e reservaram uma carruagem só para o grupo.

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Estação do Entroncamento, o nome diz tudo… “Trocar de linha!” Nós, as bagagens e as bicicletas!!!

Após paragem em todas as capelinhas, estações e apeadeiros (Vale de Figueira/ Mato de Miranda/ Riachos-T.Novas-Golega/ Entroncamento/ Barquinha/ Tancos/ Almourol/ Praia do Ribatejo/ Santa Margarida/ Tramagal/ Abrantes/ Alferrarede/ Mouriscas-A/ Alvega-Ortiga/ Barragem de Belver/ Belver/ Barca da Amieira-Envendos/ Fratel/ Rodão/ Tojeirinha/ Sarnadas/ Retaxo/ Benquerencas/ Castelo Branco/ Alcains/ Lardosa/ Soalheira/ Castelo Novo/ Alpedrinha/ Vale de Prazeres/ Fatela-Penamacor/ Alcaide/ Donas/ Fundão/ Alcaria/ Tortosendo), chegada à Covilhã!!! Ou seja, pedalar 26 km até à aldeia de Verdelhos (local do acantonamento), foram 13 km sempre a subir, uma fantástica descida de 7 km e mais uns 5 km em trilhos.

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Chegada ao acantonamento, foi feita a receção de boas vindas, reconhecimento das instalações e da área envolvente, ouvia-se a água correr num riacho e respirava-se o ar fresco da serra. Com uma organização típica da adolescência, ou seja, sem plano de organização, uns ajudaram na cozinha, outros nas cabanas, outros foram tomar banho até haver água quente… E eis que aparecem as primeiras lamúrias: “não tenho rede”, “não há mais água quente”, “não há luz e tomadas nas cabanas”… Cedo os alunos perceberam que a “Serra” impunha as suas condições…

Depois de um jantar composto por arroz de salsichas, feito com a ajuda dos professores, com rissóis e panados trazidos de casa, uns foram ao café da aldeia (cinco quilómetros de trilhos para cada lado) enquanto outros realizaram uma bela fogueira, que bem soube aos colegas quando regressaram cheios de frio e permitiu que o grupo terminasse o dia em convívio contando as historias e as aventuras dos primeiro dia…

Alvorada do segundo dia às 8 horas. O professor João Paulo ensinou os alunos a procurar e a arranjar um cajado para o auxílio na caminhada, enquanto foi feita a distribuição das merendas (pão caseiro com queijo e fiambre e pão caseiro com chouriço e bacon). Reunião de grupo e “briefing” com o guia às 9:00 horas e últimos preparativos para o “Percurso Pedestre”.

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Com o leito do “Rio Beijames” a traçar o caminho, o grupo percorreu os caminhos rurais e respirou a pureza do ar serrano.

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O grupo observou como as pequenas habitações, currais e palheiros eram envolvidos e integrados na natureza, sendo por vezes quase impossível a sua identificação e, como em pleno seculo XXI, ainda existe a lavoura com recurso a animais.

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Chegada a uma represa, o rio forma um lago de água cristalina de um lado e um espelho de água com uma cascata de 2 metros do outro, quatro corajosos alunos aproveitaram para dar um mergulho, a beleza da paisagem rapidamente aqueceu a alma e o espírito.

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Após uma breve pausa para o almoço à beira rio, o grupo começou a subida da serra pelos trilhos indicados pelo guia. Ao principio alguns alunos questionavam se iam mesmo conseguir subir tudo, aos pouco a paisagem do horizonte faziam esquecer os metros de altitude já percorridos! “Estamos na meio da nuvens”, diziam alguns…

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Todos os alunos, embora inicialmente céticos, ficaram maravilhados com a beleza da paisagem que os envolvia. De regresso ao acantonamento, o grupo foi cantado músicas populares portuguesas, umas mais matreiras que outras, mas ainda assim algo que não era de esperar de jovens de tão tenra idade.

O facto de haver “jogo grande” para as competições europeias às 18 horas, ajudou a uma maior organização dos alunos no fim do percurso, para que grande parte pudesse ir ao café ver a bola e ajudou também na organização do jantar, pois às 21 horas estávamos todos à mesa a comer um belo atum com maionese e esparguete com ketchup, elaborado pelo alunos com o apoio dos professores. A noite acabou, mais uma vez com o grupo reunido em volta da fogueira…

Terceiro dia, o dia grande! Subida da serra de bicicleta. Objetivo: ver neve e ver nevar! Alvorada às 8 horas, distribuição das merendas às 9:00 horas e partida para o percurso de bicicleta às 10 horas. Mais uma vez o grupo cumpriu e às 10 horas estávamos todos prontos.

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Subida interminável! O fim da cada subida era presenciado por outra subida, os mais atléticos e com rotinas mais saudáveis, faziam a diferença, destacando-se na frente do grupo, outros questionavam-se se alguma vez iam chegar lá acima!

Ao fim de mais de 1000 metros de altitude, os alunos iam chegando ao “Poço do Inferno”, local de paragem para descanso e almoço. Eis que começa a nevar! Foi o culminar de uma beleza extrema que a todos nos deixou perplexos. Nevou não mais de 30 minutos, o suficiente para nos maravilhar e para nos deixar o suficientemente secos para o resto da jornada, pois ainda havia muito para subir!

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Subida interminável, parte dois! Agora os alunos apesar de mais cansados, tinham o espírito mais fresco, alguns tinham alcançado um objetivo que pensavam não conseguir! A motivação era maior e já ninguém punha em causa a subida até à neve!

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À medida que a altitude aumentava, a temperatura baixava e era importante manter um ritmo certo de temperatura no corpo, quando os alunos esperavam uns pelos outros, deitavam-se no chão para melhor protegerem a temperatura corporal.

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O Vale Glaciar da Serra da Estrela em todo o seu esplendor; ao fundo avistava-se manteigas. O orgulho estava estampado em todos, a sensação de dever cumprido, a união do grupo. Todos de certo modo tinham alcançado algo, tinham embebido um pouco daquela natureza.

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No regresso ao acantonamento, já mais podíamos esquecer todas as sensações vividas, o sacrifício das subidas, a neve a cair nas nossas mãos como recompensa do esforço, a imponência do Poço do Inferno, a magnitude do Vale Glaciar, os blocos de neve que encontrámos para brincar e a infinidade da paisagem, fazem agora parte das nossas memórias…

O dia terminou bem à portuguesa, com o prato típico “Feijocas” e não podia falta a fogueira…

O último dia, o regresso… aquela descida fantástica de 7 km do primeiro dia era agora uma subida imensa, mas já não havia impossíveis, todos sabiam que iam conseguir e todos chegaram à estação de comboio da Covilhã, cumprindo os horários e os pressupostos estabelecidos.

A viagem de regresso foi idêntica à do primeiro dia, os alunos brincaram, contaram histórias, dormiram um pouco, realizaram todas as atividade próprias da idade e, no Entroncamento, trocamos de linha, parecíamos quase os mesmos, mas não éramos. Tínhamos agora um espírito de missão, uma sensação única de sacrifício e recompensa, a Natureza pôs-nos á prova e fez-nos ver o melhor em nós…

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Os objetivos da atividade eram contactar com características físicas e humanas de uma zona protegida, de forte impacto natural e nacional, passível de observação de fauna e flora em ecossistemas inalterados, com evidências de integração harmoniosa entre a ação humana e os suportes materiais; refletir sobre o presente e futuro da relação homem vs natureza e do conceito de sustentabilidade; fomentar interações no seio do grupo, partilha, entreajuda, responsabilidade.

O balanço é muito positivo, e muito se deve aos alunos, não lhes foram impostas regras, eles semearam as próprias condições, o local, as datas, as atividade. Nós professores, apenas fomos apresentando caminhos e soluções, eles geriram as suas liberdades. ..

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A Escola e os Encarregados de Educação procuram promover o percurso escolar, o combate ao absentismo e abandono, a melhoria do sucesso escolar e a formação de caráter e integridade de um modo diferente, só o futuro poderá dizer qual a mais valia alcançada, mas hoje os alunos podem dizer “Eu já, eu já lá estive, eu já consegui…”




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